Rafael Moura precisou de apenas 15 minutos para mudar a imagem deixada num passado não muito distante. Dois gols na reestreia com a camisa tricolor, na derrota por 3 a 2 para o Botafogo, foram suficientes para jogar para escanteio a desconfiança em relação aos seis meses que defendeu o Fluminense em 2007, quando marcou apenas uma vez em 15 jogos.
Sincero e direto, ele costuma ressaltar que volta mais experiente, mais preparado e pronto para o desafio de vestir a camisa tricolor, mas também faz questão de dizer que as atuações de dois anos atrás não foram as piores.
- A outra passagem foi a outra passagem. Em números foram 15 jogos, mas nesse período na maioria entrei como suplente, sem o tempo todo para jogar. Mas é o que conta como números, atacante vive de gols. Mas eu fiz belas apresentações. Os gols não saíram e, ontem (domingo), em uma partida fiz mais que em seis meses. Mas foi bom porque Deus quis assim. E o destino quis também. Agora volto com outro pensamento e tranquilidade bem maior.
Artilheiro da Copa Sul-Americana de 2009 com a camisa do Goiás, ele sabe que deixar sua marca é ainda mais importante para recuperar a confiança da torcida e, principalmente, ganhar mais chances com o técnico Muricy Ramalho.
- Eu ganho confiança, ritmo, ganho moral com torcedor, comissão técnica, jogadores... Foi uma estreia boa, apesar do resultado.
Na quarta-feira, o Tricolor estreia na Libertadores com Rafael Moura como titular da equipe, já que Fred está suspenso - o camisa 9 cumpre a punição pela expulsão na final da Copa Sul-Americana de 2009. E Rafael Moura, presente na campanha do título da Copa do Brasil de 2007, mas que não participou do vice-campeonato da Libertadores de 2008, espera poder contribuir, desta vez, para a conquista triclor.
Novo Rafael Moura
"Tenho uma tranquilidade a mais para jogar, uma confiança maior de tentar as jogadas. Antes ia de uma maneira afoita, queria marcar os gols de qualquer maneira. Hoje não. Sei que no posicionamento, com naturalidade e tranquilidade, os gols vão sair. É o que tem acontecido."
"Os torcedores que me acompanham de verdade têm visto que o Rafael cresceu muito. Os dois gols confirmam isso. Mas o torcedor quer ver daqui para a frente, não pode se empolgar com a estreia."
Estreia
"Eu ganho confiança, ritmo, ganho moral com torcedor, comissão técnica, jogadores... Foi uma estreia boa, apesar do resultado."
Destino
"Papai do céu tem me abençoado muito. Nos dois últimos anos, nos dois campeonatos importantes que disputei, fui artilheiro. Agora tenho a chance de poder retornar em um grande clube, receber elogios do técnico e isso me faz feliz. Ter a credibilidade e confiança no trabalho, sabendo que todas as pessoas dependem de mim e do meu futebol."
Fred
"Tenho certeza que eu e Fred podemos jogar juntos, até porque, domingo foi o primeiro jogo e tentamos as jogadas. Temos muito a crescer."
Libertadores 2008
"Na época acompanhei a Libertadores e fiquei com gostinho de poder disputar (jogou pelo clube em 2007 na campanha do título da Copa do Brasil). Agora volto mais maduro. Ano passado me dei bem em uma competição parecida, que é a Sul-Americana. São jogos de muita garra, muita marcação, de juízes com interpretações diferentes que temos nos nossos campeonatos aqui. Nosso grupo está forte e entramos para disputar o título."
Postura
"Não pode ter outro pensamento que não seja jogar com vontade e disposição. O Fluminense entra forte e não pode ter corpo mole, tirar o pé de dividida. Eu, pelo meu porte físico e todo meu estilo, não serei diferente."
Apoio da torcida
"Dessa vez tem um fator negativo que é o Engenhão. Muita gente fala que prefere o Maracanã, mas contamos com o apoio da torcida no Engenhão. Onde for merecemos que o público lote o estádio."
Catimba argentina
"Eu tenho um controle emocional bom, também sei catimbar. Tenho um porte físico forte, aguento levar pancadas, desde que não sejam desleais. Nesse tipo de competição vale tudo e não vou entrar em nenhum tipo de revide. É uma competição que gosto e quanto mais me provocar, mais vou tentar os dribles e as jogadas."