A analogia entre futebol e música faz parte dos clichês criados pelo dialeto próprio do futebol brasileiro: os jogadores combativos carregam o piano para que os craques possam tocar a música. Ou seja, é preciso combinar em uma equipe marcadores e definidores. Fórmula que Renato Gaúcho elabora no Grêmio.
O treinador, às vésperas da estreia no Grupo 2 da Taça Libertadores, lembra que na competição continental esta parceria entre zagueiros e volantes de um lado, e articuladores e atacantes de outro, é imprescindível.
- O que eu peço para eles é a entrega, é o coração. Às vezes o jogadores não está bem tecnicamente, mas está correndo, está se dedicando. É isso que a torcida quer ver. O carregador de piano pega a bola e entrega para quem sabe. O jogador sabe que às vezes a característica dele é correr, pegar a bola e entregar para o craque, que tem obrigação de decidir - afirmou.
Segundo Renato, não há constrangimentos. Os carregadores compreendem a importância que têm, assim como os pianistas se comprometem a jogar com o máximo de empenho possível. Antes dos jogos, o treinador deixa o grupo à vontade, durante cinco minutos, para que uma conversa reservada entre eles alimente este espírito de cooperação.
- Antes dos jogos eu sempre digo os jogadores sozinhos, cinco minutos, e ali um cobra do outro. Faço isso sempre, para eles conversarem, cobrarem, fazerem o trabalho - conclui.

Renato Gaúcho incentiva carregadores e pianistas.