O sucesso do Atlético-GO nos últimos cinco anos vem tornando o clube uma verdadeira "colônia de feras". O Dragão tem Agenor, o cão-de-guarda do meio-campo; Márcio, mãos de gato no gol; e Juninho, a formiguinha atômica. Agora, o técnico René Simões acrescentou mais uma espécie à fauna rubro-negra. Anailson é o Leontopithecus rosalia, mas pode chamá-lo de mico-leão-dourado.
- O Anailson é um mico-leão-dourado. É uma espécie em extinção. Perna esquerda, meio-campo criativo, rápido e genial como ele é difícil de encontrar - explicou René após a vitória por 3 a 0 sobre o Goianésia, no Serra Dourada.
A brincadeira tem razão de ser. O Dragão jogava mal, sem criatividade e sem balançar a rede adversária. Anailson entrou aos 15 minutos do segundo tempo e mudou a história do jogo, dando condições ao time de criar várias chances de gol.
O mico-leão-dourado é um animal pequeno, que pesa menos de 1 kg e mede cerca de 25 centímetros. Restam aproximadamente mil exemplares no mundo. Um meia criativo, inteligente, leve e rápido é tão difícil de se encontrar quanto o primata. Anailson, de 32 anos, 1,64m e 60 kg, é o mico-leão-dourado do Atlético-GO e concorda com a comparação de René.
- Foi uma boa comparação. Cada vez mais, até nas categorias de base, os treinadores têm investido em jogadores que marcam mais, que criam menos. O Brasil tem buscado jogadores de criatividade na Argentina, como Conca, Montillo e D'Alessandro. Lá (Argentina), eles valorizam os jogadores de criação. Aqui, há poucas opções desse tipo de jogador no mercado - ponderou Anailson, radiante com o elogio:
- Fico feliz de ser elogiado pelo comandante. A cada jogo, a gente tem de estar provando nossa qualidade. Isso serve de motivação para eu continuar o trabalho que venho fazendo dentro e fora de campo - vibrou o jogador que caiu no colo do rubro-negro.
Em 2007, a Federação Goiana de Futebol contratou 12 jogadores - entre eles Anailson, Alex Oliveira, Túlio Maravilha, e Aldrovani - que seriam distribuídos entre os clubes no Goianão por meio de votação das torcidas.
- Vim com o pensamento de ficar três meses, já que tinha muitas propostas dos times de São Paulo. Nunca pensei em morar em Goiânia, mas me adaptei bem e estou feliz de jogar no Atlético - comemorou o meia, que tem contrato até o fim do ano.